Conheça o significado e os benefícios do uso dos colares de girassol, quebra-cabeças e infinito

No Brasil, três colares têm sido amplamente utilizados: o colar de quebra-cabeça, o colar de girassol e o colar com o símbolo do infinito multicolorido. Mas você sabe o que cada um representa, como surgiram e quais os cuidados em seu uso? Entenda a seguir.

Nem toda deficiência é visível. Muitas pessoas convivem com condições de saúde invisíveis aos olhos, como transtornos neurológicos, síndromes, doenças autoimunes, deficiências cognitivas, entre outras.

Essas chamadas doenças ou deficiências ocultas podem gerar incompreensão e até discriminação em espaços públicos, especialmente quando a pessoa precisa de algum atendimento preferencial ou adaptação. É nesse contexto que surgem os colares de identificação — símbolos visuais que ajudam na sinalização de necessidades específicas, promovendo acolhimento, empatia e respeito.

Colar de Girassol: visibilidade global para deficiências invisíveis

O colar de girassol (ou “Sunflower Lanyard”, em inglês) foi criado no Reino Unido, em 2016, com o objetivo de identificar pessoas com deficiências ocultas em aeroportos, estações e outros ambientes públicos. O girassol foi escolhido por seu significado simbólico de positividade, visibilidade e adaptabilidade.

O colar é uma fita estampada com pequenos girassóis, usada no pescoço ou na mochila, e indica que aquela pessoa pode precisar de mais tempo, compreensão ou apoio. Hoje, o símbolo é reconhecido em diversos países e já começou a ser adotado também no Brasil, especialmente em aeroportos e eventos com acessibilidade.

Colar de Quebra-Cabeça: símbolo do autismo

O colar de quebra-cabeça tem ligação direta com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O quebra-cabeça colorido tornou-se símbolo do autismo nos anos 1960 e ainda é amplamente utilizado em campanhas de conscientização. A peça representa a complexidade do espectro, a diversidade das pessoas autistas e a necessidade de encaixe social e compreensão.

O colar pode ser usado tanto por crianças quanto por adultos autistas, e tem a função de indicar que aquela pessoa pode apresentar comportamentos atípicos, sensibilidade sensorial, dificuldade de comunicação ou outras características que exigem acolhimento e respeito.

Colar do Infinito Multicolorido: identidade neurodiversa

O colar com o símbolo do infinito multicolorido representa a neurodiversidade — uma visão inclusiva que reconhece a variação neurológica humana como parte natural da diversidade. O infinito colorido é usado por pessoas com autismo, TDAH, dislexia, dispráxia e outras condições neurológicas não visíveis.

Ao contrário do quebra-cabeça, que remete mais diretamente ao autismo, o símbolo do infinito amplia a representação para toda a comunidade neurodivergente. É um símbolo de identidade, orgulho e pertencimento, usado também em colares e pulseiras como forma de comunicação silenciosa sobre necessidades e direitos.

Situação legal no Brasil

Embora os colares tenham ganhado popularidade entre famílias e instituições, nenhum deles substitui a apresentação de documentos oficiais, como laudos médicos ou a Carteira de Identificação da Pessoa com Deficiência (CIPcD). A legislação brasileira, por meio da Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015), garante direitos à pessoa com deficiência, mas exige comprovação para o exercício desses direitos — como atendimento preferencial, gratuidade ou acesso a benefícios.

O uso dos colares de identificação pode trazer uma série de benefícios emocionais e práticos para quem convive com uma deficiência não aparente:

  • Redução da ansiedade em situações públicas, por saber que pode ser reconhecido sem ter que se explicar o tempo todo.
  • Facilitação do atendimento preferencial de forma mais fluida, evitando constrangimentos.
  • Sensibilização da sociedade, que passa a compreender melhor a diversidade invisível ao redor.
  • Maior segurança para crianças, especialmente em ambientes como escolas, shoppings e passeios.
  • Sentimento de pertencimento e identidade, ao reconhecer-se em um símbolo compartilhado por outras pessoas com experiências semelhantes.

Conclusão

Mais do que acessórios, os colares de girassol, de quebra-cabeça e do infinito representam pontes de compreensão em um mundo que ainda precisa aprender a enxergar o “invisível”. Eles não substituem documentos, mas complementam a luta por inclusão com empatia, informação e visibilidade.

Seja na escola, no transporte, no trabalho ou no lazer, esses símbolos ajudam a abrir portas e corações. E, em um país como o Brasil, onde o desconhecimento ainda é um dos maiores obstáculos à inclusão, toda forma de conscientização conta.

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